Dados são o novo petróleo, Inteligência de dados, Data Science, Business Intelligence, Analytics. Quase impossível pensar em negócios hoje em dia sem envolver algum desses conceitos, todos de alguma forma relacionados à estatística e tomada de decisões utilizando dados, ao invés de “achismos”.
São infinitos cursos, softwares, grupos de usuários, aplicativos e startups com cada vez mais capacidade de coletar e integrar dados para praticamente qualquer tipo de uso, gerando informações preciosas que podem ser aplicadas em áreas muito além da gestão da empresa, como desenvolvimento de produtos e serviços, planejamento de contratações, projeções de receita e até previsões de comportamento dos diferentes públicos consumidores.
Os dados oferecem respostas virtualmente infinitas, a praticamente qualquer desafio do ambiente moderno de negócios. Respostas precisas, complexas, inteligentes para qualquer tipo de pergunta, o que nos traz ao ponto principal da nossa história de hoje, as perguntas. Sim, enquanto muitos esforços são feitos para chegarmos às respostas certas, pouca energia é dedicada a saber se em primeiro lugar estamos fazendo as perguntas corretas.
Quem tem participação importante nesse processo é esse carinha chamado VIÉS.
Viés ou tendência é um peso desproporcional a favor ou contra uma coisa, pessoa ou grupo comparado a outro, geralmente de uma maneira considerada injusta.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Como quem segue a gente há mais temp já sabe, nada melhor que uma boa história pra contar uma história, hehe. Vamos lá:
O ano é 1942, em plena Segunda Grande Guerra, e vamos falar sobre o Viés de Sobrevivência, que aparece em situações onde buscamos identificar os erros analisando os acertos, caminho que quase inevitavelmente nos levará a novos erros. Pois é, irônico.
O termo surgiu quando o matemático Abraham Wald resolvia um problema sobre reforçar a blindagem dos aviões bombardeiros dos Aliados. Sua tarefa era indicar onde a blindagem deveria ser reforçada sem comprometer sua performance e estabilidade. Os engenheiros, analisando os buracos de balas nos aviões que voltavam das batalhas, concluíram que as áreas com maior concentração de tiros precisavam desse reforço na blindagem. Esperamos que você, pessoa inteligente que segue nosso conteúdo, já tenha entendido que – e porquê – a ideia dos engenheiros não foi tão boa.
Wald foi contra a ideia, porque percebeu uma importante falha na avaliação (assessment, hehe) de seus colegas. Analisando os padrões dos danos causados, ele percebeu que a maioria se localizava nas asas, cauda e centro da fuselagem. Para Wald, a conclusão era falha porque aqueles aviões haviam retornado à base APESAR de terem sido atingidos nos locais identificados. Isto significava que aquelas partes resistiram aos tiros e, portanto, não precisavam ser reforçadas. O insight era simples: onde estavam as perfurações faltantes? Wald tinha a resposta: nos aviões faltantes.
EUREKA!
Aviões custam caro, são usados em situações estratégicas e podem determinar o resultado de uma batalha. Você enxerga alguma semelhança com o competitivo ambiente de negócios? Blindar em excesso deixava os aviões pesados, lentos e consumindo mais combustível – talvez muuuuito parecido a uma empresa com estrutura inchada – enquanto proteção insuficiente deixava o esquadrão (squad?) vulnerável aos ataques do inimigo. Consegue pensar como isso também se relaciona com os negócios? Aquele time de vendas ou atendimento ao cliente subdimensionado, trabalhando à exaustão, será que vai gerar o resultado que poderia em condições ideais?
Considerando nossa historinha, como você pode “Waldizar” suas tomadas de decisão e produzir melhores resultados nas suas iniciativas de negócio? Talvez colocando mais atenção em definir as perguntas antes de buscar as respostas?
Um abraço e …bons negócios!